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Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana)

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CÁSCARA SAGRADA (Rhamnus purshiana D.C., Rhamnaceae)

CARACTERÍSTICAS

Possui ação laxante. Indicada em casos de prisão de ventre ocasional

Medicamento Fitoterápico

Parte Utilizada: casca do caule

Via Oral – Uso Adulto

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

INDICAÇÕES

Cáscara Sagrada é indicada para casos de constipação ocasional.

RESULTADO DE EFICÁCIA

A efetividade e aceitabilidade de três regimes de esvaziamento intestinal foram determinadas em 271 pacientes de colonoscopia. Uma preparação de Senna alexandrina combinada com enema, uma solução de eletrólitos de polietilenoglicol ou um regime de cáscara sagrada foram administrados. Não houve diferenças clínicas importantes entre as três preparações.

Fonte: (Borkje, B.; Pedersen, R.; Lund, G.M.; Enehaug, J.S.; Berstad, A. Effectiveness and acceptability of three bowel cleansing regimens. Scand. J. Gastroenterol. 26(2):162-166, 1991)

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

FARMACODINÂMICA

O extrato de Rhammus purshiana é constituído por compostos antraquinônicos (6-9%), presentes principalmente como C-heterosídeos (cascarosídeos A e B), compostos livres (ácido crisofânico, emodol e aloe emodina-antrona) e O-heterosídeos (derivados da emodina: emodina-antrona). Outros compostos também podem estar presentes como taninos, sais minerais, ácidos graxos (linoleico, miristico e siringico), resinas, ácido málico, dentre outros.

O seu efeito laxante ocorre devido principalmente aos glicosídeos antraquinônicos e cascarosídeos A-D. Após a administração oral da casca de Rhamnus purshiana, os glicosídeos antraquinônicos não são absorvidos no intestino delgado, mas são hidrolisados no cólon pelas bactérias intestinais, formando os metabólitos ativos. Esses metabólitos são parcialmente absorvidos no cólon e agem como estimulantes e irritantes do trato gastrointestinal.

Primeiro ocorre um estímulo da motilidade do cólon, resultando num aumento da propulsão e aceleração do trânsito fecal pelo cólon (o que reduz a absorção de fluidos do bolo fecal). Em seguida, ocorre um aumento na permeabilidade paracelular através da mucosa do cólon, provavelmente devido à inibição dos canais de Cl. Esse aumento da permeabilidade resulta no aumento da água do cólon.

O tempo estimado para início da ação deste medicamento é de 6-8 horas após a sua administração. Os glicosídeos hidroxiantracênicos são excretados predominantemente nas fezes, mas também são excretados na urina, produzindo uma coloração alaranjada. Antranonas e antranóis também passam para o leite materno.

CONTRAINDICAÇÕES

  • Casos de constipação crônica, abdômen agudo, dor abdominal, obstrução intestinal, processos ulcerosos do trato digestivo, doenças inflamatórias intestinais agudas (colites, Doença de Chron), esofagite por refluxo, transtornos hidroeletrolíticos, íleo paralítico, cólon irritável, diverticulite, doença diverticular e apendicite.
  • Estados inflamatórios uterinos, menstruação, cistites e quando houver hemorroida,
  • Insuficiência renal e hepática,
  • Hipersensibilidade (alergia) a qualquer componente da fórmula;
  • Informe seu médico se ocorrer gravidez ou se iniciar amamentação durante o uso deste medicamento.

Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos.

Gravidez

  • Categoria C de risco na gravidez: Não foram realizados estudos em animais ou mulheres grávidas, ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

  • Este medicamento só deve ser utilizado se nenhum efeito tiver sido observado por meio de mudanças de dieta e laxantes formadores de massa (fibras);
  • O uso de laxantes por tempo maior que o recomendado pode causar lentidão intestinal, espasmos, cólicas, atonia e pode constituir-se um fator de risco para câncer intestinal.
  • Hiperaldosteronismo, albuminúria, hematúria, inibição da movimentação intestinal e fraqueza muscular podem ocorrer.
  • Este medicamento não deve ser usado durante a gravidez e amamentação, exceto sob orientação médica.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

  • A perda de potássio, resultante do uso prolongado da Rhamnus purshiana, pode potencializar a toxicidade dos digitálicos e as arritmias quando administrada concomitantemente com drogas antiarrítmicas.
  • A interação da Rhamnus purshiana com diuréticos tiazídicos, esteróides corticoadrenais e raiz de Glycyrriza glabra pode aumentar essa deficiência de potássio.
  • A indometacina administrada concomitantemente com derivados antracênicos, constituintes da Rhamnus purshiana, apresenta um decréscimo no efeito terapêutico devido à inibição da prostaglandina E2.
  • Certos constituintes da cáscara sagrada são excretados pelo rim, sendo que a urina pode apresentar uma coloração alaranjada. Pode ocasionar ainda alterações bioquímicas nos exames laboratoriais.

POSOLOGIA E MODO DE USAR

Modo de usar: As cápsulas devem ser ingeridas inteiras e com uma quantidade suficiente de água para que possam ser deglutidas.

Posologia: Administrar duas cápsulas no meio da tarde ou antes de dormir.

Este medicamento não deve ser usado por mais de 2 semanas.

A dose diária não deve ultrapassar duas cápsulas ao dia

REAÇÕES ADVERSAS

Podem ocorrer queixas espasmódicas gastrointestinais. Em raros casos, pode levar a arritmias cardíacas, nefropatias, edemas e deterioração óssea acelerada.

SUPERDOSE

Pode haver perda de eletrólitos, em especial de potássio, o que pode levar a complicações em cardiopatas, esteatorreia leve e na enteropatia perdedora de proteínas.

Forte efeito purgante pode ocorrer.

O tratamento da superdose é importante, principalmente para crianças e idosos, devendo ser acompanhado com grandes quantidades de água.

Em caso de superdosagem, suspender a medicação imediatamente. Recomenda-se tratamento de suporte sintomático pelas medidas habituais de apoio e controle das funções vitais.


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